quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Línguas de Perguntador (In "Voz do Minho" de 29/10/2008)

Dia 29 de Outubro, caros leitores, é o Dia Nacional do Livro no Brasil. Mas, em Portugal, é o dia em que as Línguas de Perguntador chegam, mais uma vez, para partilhar convosco algumas “bisbilhotices” que são fruto da nossa imensa curiosidade. Sim, porque “juramos de pés juntos” que durante toda a semana andámos a “queimar pestanas” a fim de encontrar um significado para as expressões que sempre utilizámos mas que “não percebíamos patavina” do seu significado. E agora deve estar a perguntar-se: mas que rebeldia escrever num jornal expressões como “jurar de pés juntos”, “queimar pestanas” ou “não perceber patavina”. Nós passamos então a explicar, “ok”? Comecemos, então, pelo tão vulgar “ok”. Desengane-se quem pense que é um termo actual, utilizado pelos jovens. Está expressão inglesa “ok” (okay), que é mundialmente conhecida para designar “tudo bem”, teve origem na Guerra Civil Americana (também conhecida em português como Guerra de Secessão) que decorreu nos Estados Unidos da América entre 1861 e 1865. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte no exército, escreviam numa placa “0 Killed” (nenhum morto), expressando a sua grande satisfação, daí surgiu o termo “ok”. A expressão “jurar de pés juntos” surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz. E nós só queremos realmente dizer-lhe a verdade! “Queimar pestanas” é utilizada ainda nos dias de hoje, apesar de o facto real que originou esta expressão já não ser usual. Foi, inicialmente, uma frase ligada aos estudantes e designava aqueles que estudavam muito. Antes do aparecimento da electricidade, recorria-se a uma lamparina ou uma vela para iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto do texto quando se pretendia ler. Por isso, por vezes, queimavam as pestanas. Por fim, “não perceber patavina” deriva da chegada dos frades italianos patavinos, originários de Pádua ou Padova, a Portugal. Os portugueses, como não os conseguiam entender, utilizavam esta expressão para designar o facto de “não perceber nada”. Com todas as dúvidas esclarecidas, nos despedimos. Mas, para a semana, regressam as Línguas de Perguntador com mais novidades. Continuem a enviar as vossas dúvidas para o nosso e-mail lperguntador@gmail.com. Até para a semana! E não se esqueçam: “Há uma língua que nos une”. (CLP- Marta Carvalho e Luciana Araújo, 12ºF)

2 comentários:

Anónimo disse...

Esta semana felicito a Marta e a Luciana!!
É uma rubrica deveras interessante!


beijo querido amigas

Anónimo disse...

Foi muito divertido escrever este artigo!

Espero que gostem...

Beijinho para todos os CLP's