domingo, 30 de novembro de 2008

Morte de Fernando Pessoa - enviado por Marta (12ºF)

“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia
Não há nada mais simples
Tem só duas datas – a da minha nascença e da minha morte
Entre uma e outra todos os dias são meus.”
(Alberto Caeiro)
Há 73 anos morria Fernando Pessoa. Entre 1935 e 2008 muita coisa, aparentemente, mudou. Mas a sua poesia persiste, a sua obra mantém viva a chama da alma do Poeta. Como conselho para um Domingo chuvoso, recordem Fernando Pessoa e meditem na sua mensagem. Eis alguns dos meus poemas preferidos, que ficam apenas como exemplo do seu talento e criatividade.
“Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.” (Fernando Pessoa)
“ Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.” (Fernando Pessoa)

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«Ana, entre a Colômbia e Portugal» de Anabela Cardoso, Diana Monteiro e Luciana Araújo, 3º prémio Concurso Europeu,categoria trabalho escrito grupo

(Foto de Ana Morkazel)Estávamos no dia 3 de Setembro de 2006, dia triste, melancólico, monótono, quando Ana chega pela primeira vez a Portugal apenas com uma mochila, sozinha, e trazendo consigo muita saudade da sua mãe e do seu país de origem. À sua espera, na aldeia transmontana de Vila Flor, encontrava-se o seu pai Joaquim, o qual já não via há muito tempo. Quando chegou, Ana não se identificou com o espaço observado, tudo era diferente! Enquanto que na Colômbia, seu país natal existia uma abundante movimentação de pessoas e de carros, havia mais cor e, também, um acentuado desenvolvimento político, económico e sociocultural, em Vila Flor, a situação era antagónica, tudo parecia parado. Ana era uma adolescente solitária, pouco sociável, triste e algo perturbada, devido às controvérsias da sua relação familiar, na qual o afecto e o convívio eram inexistentes, pois os seus pais estavam divorciados. Ana vivia na Colômbia com a mãe, de seu nome Rosa, mas a relação destas era muito distante e conflituosa, porquanto a sua mãe era viciada no jogo. Com o passar do tempo, esta situação agravou-se de tal forma que Rosa ficou endividada. Deste modo, Rosa, estando incapacitada de educar Ana, e não tendo família que a amparasse, pois os seus pais haviam cortada relações com ela por causa de um seu relacionamento amoroso com um homem negro, teve de pedir ao seu ex-marido para cuidar de Ana temporariamente. Logo nos primeiros dias em Vila Flor, Ana sentiu-se muito distante do pai, pois até então a única forma com que comunicava com ele era através do telefone. Para além disso, sentia-se triste, abandonada e mal inserida no seu novo quotidiano, pois a língua diferente dificultava-lhe o relacionamento com os poucos vizinhos que tinha e, sendo Vila Flor uma aldeia com grande atraso cultural, Ana não saía de casa, nem se podia divertir em entretenimentos a que estava habituada no seu país: o computador, os seus programas televisivos, etc. A 15 de Setembro, Ana vai para a sua nova escola, mas nunca abre o seu coração para fazer grandes amizades, pois tem consciência de que o seu regresso à Colômbia está breve. Passados alguns dias, começou a sentir-se mais integrada no meio onde vivia agora: habituou-se às badaladas do sino da igreja de Vila Flor, começou a frequentar a Igreja, indo à missa, e acostumou-se, ainda, ao vestuário e gastronomia de Portugal. Pouco a pouco, aprendeu também algumas palavras portuguesas, o que lhe facilitou a comunicação com os outros. Com efeito, pôde fazer novas amizades e, inclusive, conhecer alguns membros da sua família, dos quais nunca ouvira falar. Um dia, Ana chegou da escola e reparou que o pai estava a falar ao telefone com a sua mãe. Foi então que Joaquim lhe noticiou que Rosa estava recuperada e que Ana tinha de regressar à Colômbia. Nesse instante, Ana sentiu um turbilhão de emoções, pois apesar de ter saudades da mãe e dos amigos, adaptara-se ao seu novo estilo de vida e havia-se reaproximado do pai. Ana ficou indecisa em relação ao seu futuro, pois, para além de ser ter habituado à vida que levava em Vila Flor, tinha também um sonho profissional: ser cientista. Dado que em Portugal havia um grande atraso nesta área, e na Colômbia existiam condições mais favoráveis para a concretização desse seu sonho, Ana resolveu regressar à Colômbia. A 13 de Novembro, Ana despede-se do pai e dos amigos, deixando-os com muita nostalgia e parte para o seu país. Quando chegou à Colômbia, Ana sentia-se feliz e orgulhosa por a mãe ter recuperado do seu vício; e iniciou uma nova vida bicultural, vivendo simultaneamente a sua cultura de origem e a cultura portuguesa, cujas tradições e costumes divulgou junto daqueles com quem se relacionava.
Anabela Cardoso, Diana Monteiro e Luciana Araújo (12ºF)

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"O Sonho Europeu" de Marta Carvalho (12ºF) - 2º prémio no Concurso Europeu , 2008, categoria trabalho escrito individual

“Próxima paragem: Santa Apolónia!”. Melissa tinha adormecido por breves instantes e só despertara com o aviso de que, finalmente, chegara ao seu destino. A viagem tinha sido longa e, exausta, olhava agora a paisagem: o verde da simplicidade da sua terra dava lugar ao cinzento dos prédios inacabados e às cores garridas da vida citadina. Parecia-lhe difícil imaginar-se longe da família, daqueles que mais amava. Pôs o pé numa nova cidade, e à medida que caminhava deixava uma vida para trás e seguia em frente, em busca de um sonho. Ao chegar à sua nova residência, Driss recorda as casas caiadas da cidade onde cresceu e a pequena loja de artesanato dos pais. Casablanca já não era a mesma cidade que os Portugueses criaram em 1515. Tinha-se tornado a maior cidade de Marrocos, encobrindo, contudo, a pobreza que não convinha mostrar ao mundo. À semelhança dos seus colegas, Driss vinha em busca do sonho europeu. Sabia que as condições do seu trabalho seriam precárias e que os primeiros tempos não se adivinhavam fáceis. Era jovem e ambicioso, com a certeza plena que só com esforço e dedicação poderia afirmar-se na sociedade. Apesar dos seus estudos e capacidades, apenas tinha emprego na construção civil. Mas não baixava os braços, era um lutador. As aulas tinham começado e, apesar das dificuldades de adaptação, Melissa já tinha uma amiga: Ana. Unidas pela nostalgia do Norte, debatiam-se, todos os dias, com as diferenças de comportamentos e de mentalidades, e pensavam: “Como é possível que dentro de um mesmo país exista tanta diversidade?”. Ao anoitecer, num dia de Inverno rigoroso, quando regressava das aulas, sozinha Melissa descia a rua até à residencial. Eis que é surpreendida por dois homens que a amarram, numa tentativa de roubo. Ao ouvirem um barulho, alguém que se aproximava, os assaltantes são desencorajados e fogem. Caída no chão, Melissa vê uma mão a estender-se na sua direcção e, sem hesitação, aceita a ajuda. Recomposta e com um sincero “obrigada!”, descobre um belo rosto de tez morena que a recebe com um sorriso. Na busca de um sentido, deambulando pelas ruas da cidade, Driss acaba por ajudar alguém que, como ele, precisava de um ombro amigo. Ficaram amigos. Sim. Mas talvez um sentimento mais forte, eterno, e inexplicável os unia: o amor. Passavam os dias juntos, a conversar, os fins de tarde a olharem o pôr-do-sol e, à noite, separados por um mar de diferenças, imaginavam como seria bom poderem estar juntos. Mas, a Lua chegava e, cada um no leito, adormeciam na esperança de um novo amanhecer. Os dias foram passando, Melissa e Driss continuavam amigos, construindo o seu amor como uma calçada, onde cada pedra se fortalece com o tempo. Juntos estavam bem, esqueciam as diferenças, as dificuldades e a discriminação. Juntos eram iguais; filhos da mesma criação. Embora com crenças distintas, o Deus era o mesmo, que os criou à sua imagem e semelhança para que, embora diferentes, se pudessem amar uns aos outros como Ele os amava. A primavera estava a chegar e com ela o termo dos 6 meses de trabalho para Driss. Em Abril, teria de deixar Portugal com os sues companheiros, de regresso a casa, ou tentar a aventura de sobreviver num país diferente, sem a família e sem qualquer garantia de futuro. Apesar das longas conversas com Melissa, Driss nunca lhe contara este triste final do seu sonho na Europa. Porventura ainda não tinha tomado uma decisão. Mas agora que a data se aproximava era tempo de reflectir e decidir o que fazer. Vislumbrava duas hipóteses possíveis: regressa para Marrocos e esquecia a sua “bela portuguesinha”, como chamava a Melissa, ou persistia no seu amor e lutava com veemência. Até ao último dia, Melissa desconhecia a decisão que o seu enamorado havia tomado. “Teria ele coragem para deixar para trás tudo o que tinham vivido? E, mesmo na hora da despedida, não teria audácia para a beijar apaixonadamente como há meses esperava?”, pensava Melissa. No mesmo sítio onde se conheceram há meses atrás, encontravam-se agora para decidir o futuro. Driss tinha pensado naquela semana e sabia de que forma aquela decisão alteraria a sua vida. “ Quero que saibas que a mais ninguém me entreguei assim, e que acredites que o nosso amor vai ser até ao fim. Mas os meus pais precisam de mim e a minha vida é lá. Vou sentir muito a tua ausência…”. Melissa não podia acreditar no que acabara de ouvir. Ele ia deixar para trás o que tinham vivido, sim. Pensava ela que sem explicação, iria sair da sua vida da mesma forma que tinha entrado: inesperadamente. A despedida de Driss tinha sido dolorosa. Ajudara-o em todo o processo da viagem e, já no último momento, despedira-se dele com a promessa de contacto permanente e de, um dia talvez, um regresso. Separados por um espesso vidro, lançavam os últimos olhares: como era agora igualmente espessa a barreira que os separaria. Por entre terra e mar, disjuntos pelo inexorável destino, dois corpos que um dia desejaram estar juntos. O último adeus. Passavam dias, semanas…Seis meses tinham-se completado desde a partida de Driss. Melissa continuava a dedicar todo o seu tempo aos estudos. Tinha um sonho de vida e lutaria até ao fim para o concretizar. Mas algo estava diferente. Continuava dedicada e empenhada nos estudos, mas as notas tinham reflectido um cansaço, cuja causa não se identificava à primeira vista. Seria a distância da sua terra natal? A dificuldade de adaptação a um novo ambiente, bastante mais complexo do que o seu anterior? Sim, mas de certa forma todas as diferenças se esbatiam quando comparadas com a ausência do fiel e conselheiro ombro amigo de Driss. Como sentia a sua falta! E os meses continuavam a passar. Mês após mês, carta após carta o vazio penetrava em seu coração. E, depois de três anos sozinha, Melissa mantinha a esperança. Mas as cartas ou as lembranças, rareavam. De uma carta por semana, Driss passou apenas a escrever uma de três em três meses. Seriam poucas as notícias, muita a dor do sofrimento, ou já o esquecimento? Eis que chegara ao final do seu mestrado. Melissa sentia-se agora apta para integrar o mercado de trabalho. Tinha várias propostas, um futuro promissor. Contavam-se participações nas maiores multinacionais, relações internacionais ligadas ao sector económico, uma carreira brilhante esperava-a. Mas o futuro é sempre incerto. E, apesar de todos os planos, o bafejar do destino tudo mudaria. Melissa ia em direcção à sua residência universitária. Estava na hora de abandonar o seu abrigo dos últimos anos. Ao sair para a rua, com as malas na mão, relembra aquela mão que se estendera para ela, ali, e alteraria a sua vida para sempre. Distraída, deixa cair uns papéis e uma mão os recolhe e leva até si. O meu rosto de tez morena de há anos atrás olha-a ternamente. Agora juntos, tudo mudaria. Podiam ter sonhos diferentes e, aparentemente, tudo neles se mostrava distinto. Mas, apesar das diferenças, partilhavam um sentimento maior do que eles e maior que tudo – o verdadeiro amor.

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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Parabéns!! CLP's premiadas no 55º Concurso Europeu

CLP's premiadas no 55º Concurso Europeu, "A Europa na Escola", 2008:
Marta Carvalho (12ºF): 2ºlugar na modalidade trabalho escrito individual.
Anabela Cardoso, Diana Monteiro e Luciana Araújo (12ºF): 3º lugar na modalidade de trabalho escrito em grupo. Parabéns!!

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"Línguas de Perguntador" de 26 de Novembro

Diz-se que “Não há sábado sem sol, domingo sem missa, nem segunda sem preguiça”, mas, cá entre nós, também não há quarta-feira sem “Línguas de Perguntador”. Por isso, estamos de volta hoje para falarmos um pouco sobre algumas expressões que usamos como falantes da Língua Portuguesa, o símbolo maior da nossa identidade nacional. No passado dia 24 comemorou-se o Dia Mundial da Ciência. Num mundo globalizado como o nosso, é impossível não falar de ciência. Todavia, de que falamos quando nos referimos à ciência? A palavra "ciência", do vocábulo latino "scientia" que significa "conhecimento", denomina hoje um conjunto organizado de conhecimentos baseados em relações objectivas verificáveis e dotados de valor universal. A ciência tornou-se imprescindível num mundo surpreendente e que procura constantemente o desconhecido, dando razão ao grande filósofo da antiga Grécia, Sócrates, que dizia que “A vida sem ciência é uma espécie de morte”. A ignorância é o seu pior inimigo, essa que, segundo William Shakespeare, é a única " treva" que temos de combater. Porém, as suas conclusões não podem ser tidas como dogmas, como verdades absolutas e inquestionáveis; será um "erro crasso" considerar imediatamente como verdadeiro tudo aquilo que os cientista afirmam. "Erro crasso" - todos sabem o que esta expressão quer dizer, mas saberão a origem? Deixamo-la aqui: na Roma antiga o poder dos generais era dividido por três pessoas (Triunvirato), o primeiro dos quais foi constituído por Caio Júlio, Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos e, confiante na vitória, resolveu abandonar todas as formações e técnicas romanas e simplesmente atacar, escolhendo um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os Partos, mesmo em menor número, conseguiram vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros a cair. Desde então, sempre que alguém, mesmo tendo as condições para acertar, erra por cometer um erro estúpido, dizemos tratar-se de um "erro crasso". Continuem a enviar as vossas questões para o nosso e-mail: lperguntador@gmail.com
Para a semana, não se esqueçam, continua o “Línguas de Perguntador” com mais novidades e com novos elementos do CLP. Até lá, fiquem bem! CLP: Marta Monteiro (12ºE) e Diana Monteiro (12ºF)

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"Clandestino" - Deolinda

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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"Clandestino" dos Deolinda (enviado por Ana Isabel, 12ºF)

Clandestino
Deolinda
Composição: Pedro da Silva Martins
a noite vinha fria
negras sombras a rondavam
era meia-noite
e o meu amor tardava
a nossa casa,
a nossa vida foi de novo revirada
à meia-noite
o meu amor não estava
ai, eu não sei aonde ele está
se à nossa casa voltará
foi esse o nosso compromisso
e acaso nos tocar o azar
o combinado é não esperar
que o nosso amor é clandestino
com o bebé, escondida,
quis lá eu saber, esperei
era meia-noite
e o meu amor tardava
e arranhada pelas silvas
sei lá eu o que desejei:
não voltar nunca...
amantes, outra casa...
e quando ele por fim chegou
trazia flores que apanhou
e um brinquedo pró menino
e quando a guarda apontou
fui eu quem o abraçou
o nosso amor é clandestino

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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Hoje, porque sim.

"Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo" (Sophia)

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

"Línguas de Perguntador" de 19 de Novembro

Mais uma semana em que o Clube da Língua Portuguesa (http://www.clp-esb.blogspot.com/) da Escola Secundária de Barcelinhos está aqui, caros leitores, para esclarecer algumas curiosidades sobre expressões sobre as quais nunca paramos para pensar. Sim, aquelas expressões cujo significado todos nós pensamos que sabemos, mas, bem vistas as coisas, desconhecemos pelos menos o contexto de onde provêm. Vamos começar pelo conhecido “Sem eira nem beira”. Esta expressão surgiu há muitos anos atrás e era usada, como ainda hoje, para referir pessoas pobres, sem posses. A eira é um terreno em terra batida (ou em cimento) onde os grãos dos cereais ficavam a secar e a beira é a beirada da eira. Antigamente, aos lavradores que não tinham beira, o vento vinha e levava os grãos, ficando os produtores sem nada. Diz-se que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira (como era chamada a parte mais alta do telhado). As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado triplo, então construíam somente a tribeira ficando assim "sem eira nem beira", ou seja, ficando à mercê das intempéries climáticas. Daí a expressão ainda hoje ser usada para caracterizar as pessoas sem recursos económicos. Outra expressão também bem conhecida é “Santinha do pau oco", usada para qualificar as pessoas aparentemente amigáveis mas que não o são verdadeiramente. Esta expressão remonta aos séculos XVIII e XIX, épocas em que os contrabandistas de ouro em pó, moedas e pedras preciosas usavam figuras de santas ocas que eram recheadas destas preciosidades para assim serem transportados do Brasil para Portugal. Na verdade, o significado de algumas expressões perde-se no tempo, tal como as superstições que vão passando de geração em geração. Lembre-se, por exemplo, da vassoura colocada com o cabo para baixo atrás da porta para “afugentar” visitas indesejáveis. Esperamos que não precise de usar este estratagema e que deixe este jornal entrar em sua casa por ser uma agradável visita. E se, eventualmente, encontrar em sua casa uma lagartixa, uma aranha ou até mesmo um grilo, não os expulse, porque há quem acredite que estes animais representam boa sorte para o lar. É melhor prevenir, mesmo se alguém achar estranho aquela pequena teia no tecto, aquela que não sabíamos que lá estava. Se funcionar (o que parece não ser muito comum), vai ver que ainda vai ser moda ter teias de aranha no tecto. Sem mais superstições ou expressões despedimo-nos. Até para a semana! lperguntador@gmail.com CLP – Marta Miranda e Marta Coelho 12ºE

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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"Línguas de Perguntador" de 12 de Novembro

Caro leitor, nova semana, novas Línguas de Perguntador. É com enorme prazer que damos continuação a esta rubrica do nosso Clube da Língua Portuguesa (CLP) da Escola Secundária de Barcelinhos, rubrica que é também uma forma de nós próprias descobrirmos o significado de curiosas expressões que nos acompanham no dia-a-dia. Já alguma vez esteve duas ou três horas em fila indiana à espera de ser atendido? Certamente que sim. E por que será que essa fila era indiana e não chinesa ou até portuguesa? Há uma explicação para tal facto. Uma fila indiana corresponde a uma série de pessoas ou coisas dispostas uma após outra. A origem desta expressão provém da forma de caminhar dos índios da América que, deste modo, tapavam as pegadas dos que iam na frente. Curiosa a explicação, não acha? Enquanto esteve à espera na tal fila indiana, por acaso não meteu a colher em nenhuma conversa particular, pois não? Saiba que não devia, pois meter a colher significa meter-se em assuntos ou conversas alheias. Na origem desta expressão estará a cozinha, local onde alguém, responsável pela feitura de um prato, não terá querido opiniões alheias ou interferência de outras pessoas no prato que elaborava. Com uma ou outra leve diferença, usa-se também «meter o bedelho», «meter o bico», «meter-se onde não é chamado», «meter a foice em seara alheia», «meter o nariz onde não se é chamado», «meter-se na vida alheia», e muitas mais expressões populares. Não volte portanto a meter a colher em circunstância alguma, senão pode ficar com as “orelhas quentes”, porquanto as pessoas certamente não ficarão com boa impressão de si e tecer-lhe-ão comentários menos agradáveis. Quentes também são as castanhas, fruto típico da estação do ano em que nos encontramos, em que o frio aperta e sabe bem ficar junto à lareira a aquecer o corpo e a alma. Mas cuide-se, não deixe as coisas “ficarem no tinteiro”, não as deixe por realizar, não se acomode, viva as coisas boas da vida. E como não pode deixar nada por realizar, esperamos que tenha aproveitado bem o Dia de S. Martinho e tenha concretizado o ditado: “Em dia de S.Martinho há lume, castanhas e vinho”. Até para a semana, em que novas Línguas de Perguntador estarão aqui com mais novidades e não se esqueçam de enviar sugestões, curiosidades ou perguntas para lperguntador@gmail.com CLP – Adriana, Lúcia e Sofia (12ºE)

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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Família monoparental. Hoje, porque sim.

(Honey)

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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"O Som das Palavras" nº2

Ouve o programa "O Som das Palavras"  11/11/2008 neste endereço: 
http://www.megaupload.com/pt/?d=ADBJQJ6Z 
Para ouvires tens de fazer download para o teu computador. 

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terça-feira, 11 de novembro de 2008

"Línguas de Perguntador" de 5 de Novembro

Enganem-se aqueles que pensam que otorrinolaringologista é a palavra mais longa do léxico português, pois esta, nem de perto nem de longe, se assemelha em tamanho à maior de todas elas. Vinte e duas letras são poucas comparadas com as quarenta e seis da palavra recorde do nosso léxico. O primeiro lugar do pódio vai para pneumoultramicroscossilicovulcanoconiótico! (Até cansa a escrever...). Esta palavra, com as suas “breves” quarenta e seis letras, é apenas a mais longa da língua portuguesa e define uma pessoa acometida por uma doença pulmonar causada pela aspiração de cinzas vulcânicas. Em tamanho idêntico, arrecadando o segundo lugar, está pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconios, que existia antes daquela, com origem no inglês; foi criada por M.Smith (presidente da "National Puzz lers´ League") que tinha como objectivo criar a maior palavra da língua inglesa. A sua constituição é idêntica à anterior pelo que tem apenas menos uma letra e significa a descrição de uma condição conhecida por silicose. No terceiro lugar desse pódio está hipopotomonstrosesquipedaliofobia com trinta e três letras. Esta construção silábica, de extensão considerável no seio das anteriormente referidas, insere uma certa ironia por ser longa e estranha mas significando uma doença psicológica caracterizada pela fobia irracional da pronúncia de palavras longas, complicadas ou raramente utilizadas no vocabulário comum. Existem ainda outras palavras de extensão considerável, embora não tanto. Estão neste caso, por exemplo, anticonstitucionalissimamente (com vinte e nove letras), oftalmotorrinoloninfologista (com vinte e oito letras) ou inconstitucionalissimamente (com vinte e sete letras). Bem, e depois de tão longas palavras que dão, certamente, muito trabalho a ler, ou melhor, a soletrar, terminamos com umas breves palavras: para a semana há mais! CLP: Filipa Figueiredo e Susana Fernandes, 12º E

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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

"Existência inexistente" - texto de Ana Cláudia (12ºF)

(Foto de Paulo A.)

Um final de tarde, com impressões de um dia solarengo, aliás, de um dia vigiado por um sol escaldante. Sentado na esplanada de um café nas ruas do Porto. Vendo pessoas passando. Conservadoras, espampanantes, fechadas ou vistosas. Observa um pouco de tudo. Saboreando a cigarrilha. Já não se fazem destas, pensa. Dificilmente consegue abstrair-se do ruído da rua e do que vem do interior do café. Finalmente consegue isolar os sons.
Detecta um pássaro. Um chilreio. Não se lembra de qual animal corresponde. De repente levanta-se e deixando o dinheiro na mesa, aspira o ar. Nada de ser um sorvo puro e calmante de ar, e sim vem-lhe aos pulmões, chegando-lhe ao cérebro, a poluição descarada e insistente daquelas ruas. Como anseia por ar puro. Ar livre, sem estar engalfinhado naqueles automóveis ou monstros de seis rodas que por ali passam. Ou até mesmo pelos arranha-céus que não o deixam expandir-se para chegar a outros cantos do mundo. Só por isto ele ansiava. Seria muito? Sentia as pedras cinzentas e disformes da calçada debaixo dos pés. Baixou-as e tocou-as. Estavam quentes. Outono quente que se estava a revelar aquele. Ergueu-se. Deu um passo. Alguma coisa estava errada, achou. Deu outro. Agora teve a certeza que alguma coisa de mal se passava. Ouviu o ruído. Virou-se e viu a luz. Depôs as mãos cruzadas na frente quente da cara como se se pudesse defender de tal destino. Num último assomo de coragem desnecessária, esticou um braço para a frente e outro colocou-o por cima do coração. Sentiu o seu pulsar descontroladamente. Seguidamente não o sentiu parar. Não sentiu mais. Morreu. Acabou ali a sua existência patética da qual ninguém, amanhã, se lembraria.

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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Máscaras. Texto e fotografia enviados por Ana Isabel (12ºF)

(Fotografia de Jill Coleman)
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não. Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner Andersen

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terça-feira, 4 de novembro de 2008

O sono dos inocentes ou a fragilidade da paz

Foto@Lusa/EPA/Stephen Morrison
"Um bebé congolês dorme no abrigo Don Bosco. O abrigo, em Goma, na RD do Congo, já recebeu cerca de 800 pessoas desde que a guerra recomeçou, na semana passada. As Nações Unidas e organizações internacionais tentam levar ajuda a mais de 250.000 pessoas que se pensa terem deixado as suas casas e aldeias."

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