sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Línguas de Perguntador" (In "Voz do Minho, 21/01/09)

Aqui estamos mais uma semana para esclarecer e divertir os nossos leitores. Esperamos que não "levem com um balde de água fria", isto é, que não se desiludam, porque há muitos que têm sofrido desilusões, que o digam os professores!

Na passada segunda-feira, 19 de Janeiro, os professores, mais uma vez, fartos de "engoliram sapos”, resolveram manifestar o seu desagrado e fizeram mais uma greve. Procurámos saber o que quer dizer a palavra "greve". Parece que vem do francês que, originalmente, significava "terreno plano composto de cascalho ou areia à margem do mar ou do rio", onde se acumulavam inúmeros gravetos, dando origem ao nome de uma praça – a "Place de Grève" – que ficava na margem do Sena em Paris e onde se reuniam desempregados e operários descontentes com as condições de trabalho. Ora, já que esta situação nas escolas é difícil de explicar, procuremos antes explicação para as expressões idiomáticas que acima usámos: a primeira remonta à época em que, para "curar" estados de loucura, a grande receita era atirar baldes de água fria aos pacientes para eles se acalmarem; a outra expressão parece ter origem no Livro do Êxodo, no qual são descritas as dez pragas do Egipto, sendo a dos sapos (rãs) uma delas: “Eis que castigarei com rãs todos os teus territórios, o rio produzirá rãs em abundância, que subirão e entrarão em tua casa, no teu quarto de dormir, e sobre o teu leito, e nas casas dos teus oficiais, e sobre o teu povo, e nos teus fornos e nas tuas amassadeiras".

Este confronto entre professores e ministério não tem sido " pêra doce", é verdade, não tem fácil, e parece que continuaremos a ver ambas as partes com "pedras no sapato" tal como os soldados de antigamente que, nas longas caminhadas que eram obrigados a fazer, sofriam com as pedras que entravam no coturnos, atrapalhando o percurso rumo ao objectivo. Veremos, pois, como "descalçarão esta bota", pois a situação complica-se de dia para dia e procurar uma solução poderá ser cada vez mais como “procurar uma agulha num palheiro”.

Assim, convém "arrepiar caminho" e encontrar uma solução como quem vai "tirar o pai da forca" – expressão que remonta à época de Santo António, o qual, estando em Pádua, teve que viajar apressadamente para Lisboa para aí socorrer o seu pai que estava ameaçado com condenação à forca.

A nós, agora, só nos resta terminar. Prometemos voltar em breve. Para a semana o Línguas de Perguntador estará de regresso com outros elementos do CLP.

Não se esqueçam de enviar sugestões, dúvidas, curiosidades para lperguntador@gmail.com

Até à próxima.... greve!

CLP – Filipa Figueiredo, Márcia Figueiredo e Susana Fernandes (12ºE)

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem, expressões não faltam neste Línguas de Perguntador!...

Bom trabalho meninas. :-)

Mª José V.B.