segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Línguas de Perguntador (In "Voz do Minho" de10 /12/2008)

Mais uma vez cá estamos com curiosidades sobre a língua portuguesa que esta semana incidem novamente sobre a origem de expressões populares. No nosso dia-a-dia deparamo-nos com diversas expressões que usamos nas nossas conversas ignorando a sua origem e significado primordial. Ora então vejamos algumas delas. Quando convidamos amigos para irem a nossa casa, por exemplo, e eles se sentem demasiado à vontade ao ponto de fazerem aquilo que lhes apetece, costumamos dizer-lhes: “deves pensar que esta é a casa da mãe Joana”. Já pensaram qual a história desta expressão? Calculamos que não e por isso aqui está ela: Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a infância de D. Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam encontrar-se num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, o termo "casa da mãe Joana" ficou conhecido como sinónimo de lugar em que ninguém manda, em que não há ordem. E a expressão “pôr em pratos limpos”? Trata-se de uma metáfora muito utilizada quando queremos insinuar que é necessário colocar algo verdadeiramente em ordem, isto é, quando há necessidade de resolver conflitos ou de esclarecer mal-entendidos. A sua origem deriva de um contexto um pouco diferente do que aquele em que a inserimos actualmente – o primeiro restaurante foi aberto em França em 1765. Estabeleceu-se desde o início que a conta seria paga após a pessoa comer, ao contrário do que depois veio a acontecer com os lanches rápidos. Quando o dono ou o garçom vinha atender o cliente, se o prato deste estivesse limpo era sinal de que ainda não tinha comido, o que significava que nada devia. Para terminar vamos desvendar a história da expressão “custar os olhos da cara”, usada quando pretendemos expressar o nosso desagrado quanto ao preço exagerado de um bem. Foi um costume bárbaro de tempos muito antigos que deu início ao uso desta expressão. Essa prática consistia em arrancar os olhos de governantes depostos, de prisioneiros de guerra e de pessoas que, por serem influentes, ameaçavam a estabilidade dos novos ocupantes do poder. Pagar alguma coisa com a perda da visão tornou-se assim sinónimo de custo excessivo, que ninguém poderia, nem quereria, pagar. Para a semana cá estaremos com mais uma Língua de Perguntadores. Até lá escreva-nos para lperguntador@gmail.com CLP – Diogo Lopes e Liliana Faria (12ºF)

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