quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Relembrando Vieira e não só, o romance de Inês Pedrosa

A Eternidade e o Desejo, de Inês Pedrosa

Há dois fascínios neste romance que também acaba por ser mais qualquer coisa (perto do ensaio), e uma questão pertinente. Comecemos pelos fascínios: Padre António Vieira, com extractos dos seus sermões (em textos a negro) “entremeados” na ficção, e o Brasil, país que é hoje uma segunda casa para a autora. A questão é a seguinte: no decurso de uma viagem turística (e cultural) em que somos diariamente bombardeados por uma grande quantidade de informação, o que conseguimos absorver? Inês Pedrosa, ao viajar com o Centro Nacional de Cultura pelos locais do Brasil por onde andou o Padre António Vieira, pensava: e se eu fosse cega, de tudo isto, o que ficava? Assim, a sua heroína (narradora) não vê, na sequência de um acidente no Brasil, motivado por uma paixão que perseguiu. Decide lá voltar, na companhia de um amigo (também narrador), para revisitar e compreender Vieira em terras do Maranhão. “A Eternidade e o desejo são duas coisas tão parecidas, que ambas se retratam com a mesma figura”, disse Vieira. A sensualidade e o erotismo à flor da pele num país que se alimenta de emoções, mistérios, superstições e relações calorosas, bem como na extraordinária palavra de um homem/padre que, no século XXI, mantém toda a actualidade. (Máxima)

1 comentário:

Anónimo disse...

A leitura de Inês Pedrosa é sempre proporcionadora de momentos interessantes. Mais um dos livros para a lista dos "vou ler ainda este ano, quando tiver tempo". :D
Ana Isabel