quarta-feira, 16 de abril de 2008

"A ignorância escraviza-nos" por Maria José Vilas Boas

Numa sociedade em que a Educação está no centro das atenções, não pelos melhores motivos, e somos bombardeados com informação e críticas sobre os métodos de ensino e sobre os docentes, talvez seja bom reflectir um pouco sobre qual o verdadeiro valor da aprendizagem hoje em dia. Ou talvez isto já não seja algo que suscite grandes debates, uma vez que é ponto assente que a formação, quer profissional quer social, é essencial. Contudo, algo díspar da formação é o Saber. E, mesmo assim, não obstante existirem muitas e variadíssimas outras formas de aumentar a nossa cultura geral, a Escola é um local onde o conhecimento está “concentrado” e a mesma está acessível a praticamente toda a gente, sendo, portanto, o principal meio de obter conhecimento e construir o nosso saber. O Saber e a ignorância. São estes os assuntos sobre os quais me disponho a falar aqui, já que a citação que intitula este texto remete para isso mesmo. A ignorância limita as nossas mentes ao pouco que sabemos. Se sabemos pouco, se desconhecemos muito do mundo que nos rodeia, apenas podemos ter uma compreensão limitada do que, igualmente, nos rodeia, desde as coisas mais práticas até aos aspectos mais profundos e filosóficos. Ler e escrever, cozinhar, usar um computador, ter o mínimo de cultura musical, científica, social, económica, etc., são diversas formas de conhecer que nos permitem, em primeiro lugar, sobreviver e conseguir uma qualidade de vida razoável (através da obtenção de um bom emprego, por exemplo). Mas, para além destes, que são os aspectos mais práticos, estas competências ajudam-nos a desenvolver a nossa mente e proporcionam-nos um maior entendimento de nós próprios, e do espaço e pessoas que nos rodeiam, potencializando, assim, uma melhoria nas nossas relações interpessoais e permitindo-nos até mesmo chegar mais perto de compreender o verdadeiro sentido da vida. Abrem-se, então, novos horizontes à nossa mente, ao nosso intelecto, e é nisto que o «o saber nos liberta». Seremos mais livres, pelo menos espiritualmente, se conseguirmos formular os nossos próprios raciocínios e se tivermos capacidade intelectual para compreender, questionar e discutir qualquer questão que surja numa qualquer situação. Assim sendo, enquanto o saber nos liberta, «a ignorância escraviza-nos», aprisiona-nos e incapacita-nos de agirmos e termos opinião sobre assuntos importantes, além de dificultar fortemente a nossa vida quotidiana, já que as pessoas com mais conhecimentos (e formação, porque, apesar de diferentes, a formação faz parte do Saber) arranjam mais facilmente emprego. Mas a ignorância, é, sobretudo e de uma maneira geral, “escravidão mental”.
Maria José Vilas Boas , 11ºF nº21

1 comentário:

Anónimo disse...

Excelente comentário, Maria! E, sendo nós estudantes nesta maré conturbada que envolve a educação, sabemos perfeitamente que a educação é o inegável meio para nos afirmarmos como cidadãos, quer a nível político, como social ou económico.
O conhecimento é o nosso sustento!

Marta 11ºF