sexta-feira, 17 de julho de 2009

17 de Julho de 1936. Guerra Civil em Espanha.

Leitura recomendada: Por quem os sinos dobram (For Whom the Bell Tolls) de Ernest Hemingway.

("Guernica" (1937) de Picasso. Museu Nacional Centro de Arte Rainha Dona Sofia, Madrid)

«A 17 de Julho de 1936 a Espanha dava início a um dos mais negros capítulos da sua história. As tensões acumuladas entre “republicanos” (grupo que juntava pessoas de diferentes sensibilidades ideológicas: moderados, nacionalistas catalães e bascos, comunistas e anarquistas) e a direita, que unia monárquicos, latifundiários, conservadores e os fascistas da emergente Falange Espanhola, davam lugar a um conflito armado. Começava a Guerra Civil Espanhola, que durante os seus três anos terá feito entre 330 a 405 mil mortos, tiraria os republicanos do poder e daria início a uma ditadura, liderada pelo General Franco, que só terminaria em 1973. Giles Tremlett, correspondente do jornal britânico “The Guardian” em Madrid, diz à Renascença que os “fantasmas” da guerra civil permanecem vivos. É por isso que abre o seu livro “Fantasmas de Espanha” (2006) com uma citação do poeta Federico García Lorca, uma das primeiras vítimas do conflito: “Em Espanha, os mortos estão mais vivos do que os mortos de qualquer outro lugar do mundo: o seu perfil fere como o fio de uma navalha de barbear”. O jornalista, há cerca de 20 anos a viver em Espanha, diz que o “pacto do esquecimento” (um pacto não escrito destinado a esquecer o legado da ditadura franquista) “acabou para um dos lados da guerra civil, o que perdeu, mas não para o outro, o que ganhou” - ainda há quem veja os anos de Franco como uma ditadura suave. “O facto de não ter havido uma revolução, como em Portugal, significou que a transição para a democracia foi feita sob a liderança do poder ditatorial, que assegurou que o silêncio fosse mantido e que não se tivesse feito justiça mais cedo”, refere Giles Tremlett. A guerra teve um impacto enorme no que é a Espanha hoje, nas suas tensões e divisões internas. “É impossível olhar para qualquer grande instituição espanhola desde o fim da monarquia [em 1931], sem nos perguntarmos como é que a guerra civil e a ditadura (ou a reacção a elas) a moldou”, sublinha.» (Pedro Rios In Página 1)

(Uma das fotos mais famosas da Guerra Civil Espanhola, atribuída a Robert Capa, que capta o momento exacto da morte de um soldado republicano. Esta foto perpetuou a imagem desta guerra fratricida, símbolo dos "fascínios ideológicos' que marcariam o século XX)

1 comentário:

kariguergous disse...

Adoro, adoro e adoro "Guernica" gostei de voltar a ver!!