quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Prosa Poética (Alberto Serra) - enviada por Catarina Amélia

Hoje escrevo-te em papel timbrado por um chão de ardósia. Entra por esta folha ensina-me a mudar a página dos teus olhos. Diz-me que o meu nome não é um borrão sobre os dias. Não preciso que me vejas basta que me encontres no berço das quimeras. Não necessito que me abraces num solo calcinado de promessas. Basta que leias no olhar enxuto do poema. Se o amor é uma rosa-dos-ventos basta que existas em todas as latitudes.
Alberto Serra in O Aparo do Demónio

Foto de Maria Inês Ferreira

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