Já não me importo
Já não me importo
Até com o que amo, ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.
Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei.
Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,
Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,
Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.
E só não me cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.
(Fernando Pessoa)
3 comentários:
O poema é muito bonito. Boa conjugação com a foto. Muito bem Maria!
Ana Isabel Lopes 11ºF
Eis um estado de espírito. Quando parece que já nada faz sentido, como que andar perdido. Acho que te compreendi, Maria! No entanto, é apenas uma paragem num longo caminho. Pode parecer que não passa, que teima em perdura, mas é apenas uma efémera crueldade!
Poema muito bonito e com uma imagem bem representativa. Bom trabalho, M.J.!
Marta 11ºF
Pois é, Marta, acredito que este estado tenha um fim, mas enquanto perdura é terrível. Só mesmo uma grande desgosto ou uma grande alegria para o alterarem. Estado em que parece que somos meros espectadores de um espectáculo chamado vida.
Mas tal como disseste, é apenas uma paragem num longo caminho. Havemos de seguir viagem!...
Obrigada Ana Lopes e Martinha, porque me ajudaram a escolher a foto :D
Maria José Vilas Boas 11ºF
Enviar um comentário