o que eu queria
era ser o rio
aquele ainda puro
para sempre puro
e ir morrer no mar
sem precisar do sonho
porque um rio não sonha
o rio tão-só é
a alegria da morte
no reflexo do sal
o rio ensina o doce canto
da água do corpo
e aí, só aí, é simples
tão simples ser menina
sem o trovão fluvial
daquele amor
de dois rios a correrem
lado a lado
para o sol dos recifes
onde amado e amada
falam a língua esquecida
do mundo novo.
1 comentário:
Ana Salomé tem asempre a capacidade de surpreender. Os seus textos são de uma beleza pouco comum.
Beijinho
Ana Isabel
11ºF
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