sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Saudades da Primavera

(Pedro Casquilho)

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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

É preciso Não esquecer. "In Memoriam"

O dia 27 de Janeiro é o Dia Europeu em Memória do Holocausto, dia para que ninguém esqueça os horrores perpetrados pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. A crueldade e a intolerância levadas ao extremo. É preciso não esquecer!
A este propósito, e
streia no próximo dia 29, com realização de Mark Herman, um filme a não perder: "O rapaz do pijama às riscas". Sítio oficial: www.boyinthestripedpajamas.com «Um rapaz de oito anos, Bruno, é o protegido filho de um agente nazi cuja promoção leva a família a sair da sua confortável casa em Berlim para uma despovoada região onde Bruno não encontra nada para fazer nem ninguém com quem brincar. Esmagado pelo aborrecimento e traído pela curiosidade, Bruno ignora os constantes avisos da mãe para não explorar o jardim, por detrás da casa, e dirige-se à quinta que viu ali perto. Nesse local, Bruno conhece Shmuel, um rapaz da sua idade que vive numa realidade paralela, do outro lado da vedação de arame farpado. O encontro de Bruno com este rapaz de pijama às riscas vai arrancá-lo da sua inocência e resultar no despontar da sua consciência sobre o mundo adulto que o rodeia. Os repetidos e secretos encontros com Shmuel desaguam numa amizade com consequências inesperadas e devastadoras.» (Lusomundo)

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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Poesia. Ana Salomé

«(...) e alguém voltasse a ter mãos nestas sombras,
a mesma que impedisse a lentidão repetida da cicuta,
a mesma demorando-se na aquietação dos cabelos
perguntando, com um dedo desdobrado, a que horas
começa a história da minha vida para não perder a sua fala.»
Ana Salomé. www.cicio.blogspot.com

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Línguas de Perguntador" (In "Voz do Minho, 21/01/09)

Aqui estamos mais uma semana para esclarecer e divertir os nossos leitores. Esperamos que não "levem com um balde de água fria", isto é, que não se desiludam, porque há muitos que têm sofrido desilusões, que o digam os professores!

Na passada segunda-feira, 19 de Janeiro, os professores, mais uma vez, fartos de "engoliram sapos”, resolveram manifestar o seu desagrado e fizeram mais uma greve. Procurámos saber o que quer dizer a palavra "greve". Parece que vem do francês que, originalmente, significava "terreno plano composto de cascalho ou areia à margem do mar ou do rio", onde se acumulavam inúmeros gravetos, dando origem ao nome de uma praça – a "Place de Grève" – que ficava na margem do Sena em Paris e onde se reuniam desempregados e operários descontentes com as condições de trabalho. Ora, já que esta situação nas escolas é difícil de explicar, procuremos antes explicação para as expressões idiomáticas que acima usámos: a primeira remonta à época em que, para "curar" estados de loucura, a grande receita era atirar baldes de água fria aos pacientes para eles se acalmarem; a outra expressão parece ter origem no Livro do Êxodo, no qual são descritas as dez pragas do Egipto, sendo a dos sapos (rãs) uma delas: “Eis que castigarei com rãs todos os teus territórios, o rio produzirá rãs em abundância, que subirão e entrarão em tua casa, no teu quarto de dormir, e sobre o teu leito, e nas casas dos teus oficiais, e sobre o teu povo, e nos teus fornos e nas tuas amassadeiras".

Este confronto entre professores e ministério não tem sido " pêra doce", é verdade, não tem fácil, e parece que continuaremos a ver ambas as partes com "pedras no sapato" tal como os soldados de antigamente que, nas longas caminhadas que eram obrigados a fazer, sofriam com as pedras que entravam no coturnos, atrapalhando o percurso rumo ao objectivo. Veremos, pois, como "descalçarão esta bota", pois a situação complica-se de dia para dia e procurar uma solução poderá ser cada vez mais como “procurar uma agulha num palheiro”.

Assim, convém "arrepiar caminho" e encontrar uma solução como quem vai "tirar o pai da forca" – expressão que remonta à época de Santo António, o qual, estando em Pádua, teve que viajar apressadamente para Lisboa para aí socorrer o seu pai que estava ameaçado com condenação à forca.

A nós, agora, só nos resta terminar. Prometemos voltar em breve. Para a semana o Línguas de Perguntador estará de regresso com outros elementos do CLP.

Não se esqueçam de enviar sugestões, dúvidas, curiosidades para lperguntador@gmail.com

Até à próxima.... greve!

CLP – Filipa Figueiredo, Márcia Figueiredo e Susana Fernandes (12ºE)

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Língua Portuguesa representa 17% do PIB

«Afinal, quanto vale uma Língua como o Português e que peso tem na economia nacional? É a perguntas como estas que um estudo sobre o valor económico do Português, realizado pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa (ISCTE), tenta respon- der. Parte desta investigação já está concluída e foi apresentada hoje, ao fim da manhã, na cerimónia dos 80 anos do Instituto Camões. O estudo do ISCTE revela que o político falante de Português mais conhecido entre os estudantes da Língua pelo mundo é o Presidente brasileiro, Lula da Silva. A seguir aparecem Durão Barroso, Cavaco Silva e em quarto lugar, José Sócrates. O futebolista mais reconhecido também nasceu no Brasil. Ronaldinho Gaúcho, do AC Milan, supera Luís Figo, do Inter de Milão. Só nos escritores é que um português lidera, explica José Paulo Esperança, professor do ISCTE que lidera a equipa que estuda o valor económico do Português: “ Apesar de o primeiro político a ser identifi cado ser Lula da Silva, o peso dos escritores portugueses é bastante signifi cativo, quer do José Saramago, até de alguns autores mais clássicos como, por exemplo, o Fernando Pessoa ou o Eça de Queiroz”, refere. A equipa chefiada por José Paulo Esperança apurou que o Português representa 17% do PIB nacional, através do cálculo da média ponderada do peso da Língua de Camões em actividades económicas como a comunicação social, as telecomunicações ou o ensino. O Português é também olhado pelos inquiridos deste estudo como uma Língua de futuro, sublinha o investigador.»
Maria João Costa

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Se acha que a vida não lhe sorri... (Enviado por Ana Isabel, 12ºF)

(Foto de José Torres)
Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria. Pablo Neruda

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Força. Mérito. Esperança.

«Obama Nas próximas horas, todo o mundo vai estar de olhos postos na América. A tomada de posse do Presidente dos Estados Unidos é sempre um acontecimento de repercussão mundial, mas, desta vez, se é possível, é-o ainda mais: Quem toma posse é Barack Obama, com tudo o que a sua chegada à Casa Branca significa.Numa altura em que a depressão da crise domina os pensamentos, é bom fazer um intervalo para olhar para o outro lado do Atlântico. Pode estar aí a chave para a solução dos problemas que muitos enfrentam neste momento. No fundo, o que Barack Obama representa, independentemente das suas opções políticas e de sobre ele haver expectativas exageradas, é o que de melhor a América tem: a sua capacidade impar de se regenerar e reinventar, sempre que a crise bate à porta. A América é o local da esperança, onde não há impossíveis e onde mais evidentemente se prova que o esforço e o mérito são a energia necessária para ultrapassar as dificuldades. Foi assim que, contra todas as expectativas, Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos. Oxalá a sua tomada de posse traga ao mundo a confiança que lhe tem faltado nos últimos meses.» Raquel Abecasis In "Página 1"

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(Re)lendo Eça...

«Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.

A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse. A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva. À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.»

«Uma nação vive, próspera, é respeitada, não pelo seu corpo diplomático, não pelo seu aparato de secretarias, não pelas recepções oficiais, não pelos banquetes cerimoniosos de camarilhas: isto nada vale, nada constrói, nada sustenta; isto faz reduzir as comendas e assoalhar o pano das fardas – mais nada. Uma nação vale pelos seus sábios, pelas suas escolas, pelos seus génios, pela sua literatura, pelos seus exploradores científicos, pelos seus artistas. Hoje, a superioridade é de quem mais pensa; antigamente era de quem mais podia: ensaiavam-se então os músculos como já se ensaiam as ideias.»

Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora (1867)

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sábado, 17 de janeiro de 2009

SÓCRATES E A LIBERDADE, por António Barreto In "Público"

«EM CONSEQUÊNCIA DA REVOLUÇÃO DE 1974 , criou raízes entre nós a ideia de que qualquer forma de autoridade era fascista. Nem mais, nem menos. Um professor na escola exigia silêncio e cumprimento dos deveres? Fascista! Um engenheiro dava instruções precisas aos trabalhadores no estaleiro? Fascista! Um médico determinava procedimentos específicos no bloco operatório? Fascista! Até os pais que exerciam as suas funções educativas em casa eram tratados de fascistas. Pode parecer caricatura, mas essas tontices tiveram uma vida longa e inspiraram decisões, legislação e comportamentos públicos. Durante anos, sob a designação de diálogo democrático, a hesitação e o adiamento foram sendo cultivados, enquanto a autoridade ia sendo posta em causa. Na escola, muito especialmente, a autoridade do professor foi quase totalmente destruída. EM TRAÇO GROSSO, esta moda tinha como princípio a liberdade. Os denunciadores dos 'fascistas' faziam-no por causa da liberdade. Os demolidores da autoridade agiam em nome da liberdade. Sabemos que isso era aparência: muitos condenavam a autoridade dos outros, nunca a sua própria; ou defendiam a sua liberdade, jamais a dos outros. Mas enfim, a liberdade foi o santo e a senha da nova sociedade e das novas culturas. Como é costume com os excessos, toda a gente deixou de prestar atenção aos que, uma vez por outra, apareciam a defender a liberdade ou a denunciar formas abusivas de autoridade. A tal ponto que os candidatos a déspota começaram a sentir que era fácil atentar, aqui e ali, contra a liberdade: a capacidade de reacção da população estava no mais baixo. POR ISSO SINTO INCÓMODO em vir discutir, em 2008, a questão da liberdade. Mas a verdade é que os últimos tempos têm revelado factos e tendências já mais do que simplesmente preocupantes. As causas desta evolução estão, umas, na vida internacional, outras na Europa, mas a maior parte residem no nosso país. Foram tomadas medidas e decisões que limitam injustificadamente a liberdade dos indivíduos. A expressão de opiniões e de crenças está hoje mais limitada do que há dez anos. A vigilância do Estado sobre os cidadãos é colossal e reforça-se. A acumulação, nas mãos do Estado, de informações sobre as pessoas e a vida privada cresce e organiza-se. O registo e o exame dos telefonemas, da correspondência e da navegação na Internet são legais e ilimitados. Por causa do fisco, do controlo pessoal e das despesas com a saúde, condiciona-se a vida de toda a população e tornam-se obrigatórios padrões de comportamento individual. O CATÁLOGO É ENORME. De fora, chegam ameaças sem conta e que reduzem efectivamente as liberdades e os direitos dos indivíduos. A Al Qaeda, por exemplo, acaba de condicionar a vida de parte do continente africano, de uma organização europeia, de milhares de desportistas e de centenas de milhares de adeptos. Por causa das regulações do tráfego aéreo, as viagens de avião transformaram-se em rituais de humilhação e desconforto atentatórios da dignidade humana. Da União Europeia chegam, todos os dias, centenas de páginas de novas regulações e directivas que, sob a capa das melhores intenções do mundo, interferem com a vida privada e limitam as liberdades. Também da Europa nos veio esta extraordinária conspiração dos governos com o fim de evitar os referendos nacionais ao novo tratado da União. MAS NEM É PRECISO IR LÁ FORA. A vida portuguesa oferece exemplos todos os dias. A nova lei de controlo do tráfego telefónico permite escutar e guardar os dados técnicos (origem e destino) de todos os telefonemas durante pelo menos um ano. Os novos modelos de bilhete de identidade e de carta de condução, com acumulação de dados pessoais e registos históricos, são meios intrusivos. A vídeovigilância, sem limites de situações, de espaços e de tempo, é um claro abuso. A repressão e as represálias exercidas sobre funcionários são já publicamente conhecidas e geralmente temidas A politização dos serviços de informação e a sua dependência directa da Presidência do Conselho de Ministros revela as intenções e os apetites do Primeiro-ministro. A interdição de partidos com menos de 5.000 militantes inscritos e a necessidade de os partidos enviarem ao Estado a lista nominal dos seus membros é um acto de prepotência. A pesada mão do governo agiu na Caixa Geral de Depósitos e no Banco Comercial Português com intuitos evidentes de submeter essas empresas e de, através delas, condicionar os capitalistas, obrigando-os a gestos amistosos. A retirada dos nomes dos santos de centenas de escolas (e quem sabe se também, depois, de instituições, cidades e localidades) é um acto ridículo de fundamentalismo intolerante. As interferências do governo nos serviços de rádio e televisão, públicos ou privados, assim como na 'comunicação social' em geral, sucedem-se. A legislação sobre a segurança alimentar e a actuação da ASAE ultrapassaram todos os limites imagináveis da decência e do respeito pelas pessoas. A lei contra o tabaco está destituída de qualquer equilíbrio e reduz a liberdade. NÃO SEI SE SÓCRATES É FASCISTA. Não me parece, mas,sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas ou das instituições. Não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação. No seu ideal de vida, todos seriam submetidos ao Regime Disciplinar da Função Pública, revisto e reforçado pelo seu governo. O Primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas TEMOS DE RECONHECER: tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação? Acordo? Só se for medo...»

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A solidão da espera. Hoje, porque sim.

(Foto de deyvis malta)

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Línguas de Perguntador (In "Voz do Minho" de 14/01/2009)

Nova semana, novos elementos do Clube da Língua Portuguesa da Escola Secundária/3 Barcelinhos a escrever as "Línguas de Perguntador" que, como sempre, está aqui no seu Jornal para falar da nossa língua e esclarecer algumas dúvidas que possa ter ou outras que deve enviar para o nosso email lperguntador@gmail.com Comecemos então por uma curiosa expressão, que é também o título de uma rubrica do programa do CLP na rádio Barcelos, "O Som das Palavras": vamos lá então "pôr os pontos nos iis"! Esta expressão, como certamente sabe, tem como significado esclarecer uma determinada situação. O que talvez não saiba é que esta expressão remonta à época em que se começou a acentuar o i gótico para evitar que, quando dois ii aparecessem seguidos, se confundissem com um u. Isto da escrita tem que se lhe diga! A verdade é que houve vários tipos de escrita até chegarmos àquela que hoje conhecemos: a escrita nascida no centro da cultura romana (séc. I – VIII); a escrita nascida no centro da cultura medieval (séc. VII-XIV), nomeadamente as escritas “merovíngia” e “pré-carolina” de França e Alemanha, a“pré-carolina” da Itália, a “visigótica”, a “minúscula carolina" e a “gótica”; e a escrita nascida na idade moderna (do séc. XV aos nossos dias) em que destaca a “humanística”. "Velhinha" esta expressão, não? Outra expressão também bastante utilizada e com uma origem não menos curiosa é a expressão "trinta e um". Esta tem origem num jogo de cartas em que se distribuem três cartas a cada jogador que pode pedir as que julgar necessárias para se aproximar dos trinta e um pontos. Se, com uma carta pedida, ultrapassar os trinta e um pontos, o jogador sai de jogo e, como é habitual, os jogos, por vezes, são ruidosos, conflituosos e podem dar lugar a embrulhadas, zaragatas e desordens, sendo este o seu significado quando dizemos que "aquilo foi um trinta e um"! Bem, não queremos que se meta em embrulhadas ou zaragatas neste início de 2009, desejamos-lhe sim umas boas entradas neste ano e até para a semana – pois é, é que para a semana cá estaremos nós outra vez. Não perca o próximo "Línguas de Perguntador", porque nós... também não! CLP – Jorge Oliveira e Jorge Miranda (12ºE)

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Reunião do CLP, 14 de Janeiro, pelas 16.35, no Auditório da Escola.

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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

"Balada da Neve" enviado por Bruno Micael

Balada da neve Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim. É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho… Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente? Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza. Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria… . Há quanto tempo a não via! E que saudades, Deus meu! Olho-a através da vidraça. Pôs tudo da cor do linho. Passa gente e, quando passa, os passos imprime e traça na brancura do caminho… Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais duns pezitos de criança… E descalcinhos, doridos… a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos, porque não podia erguê-los!… Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!… Porque padecem assim?!… E uma infinita tristeza, uma funda turbação entra em mim, fica em mim presa. Cai neve na Natureza e cai no meu coração. Augusto Gil

( elementos do CLP hoje)

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ir...Hoje, porque sim.

(Foto de Bruno Abreu)

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Línguas de Perguntador (In "Voz do Minho" de 07/01/2009)

Este é o primeiro Línguas de Perguntador de 2009, rubrica que o Clube da Língua Portuguesa (CLP), da Escola Secundária de Barcelinhos, traz semanalmente aos leitores desde Setembro de 2008. Podemos dizer que o balanço destes meses é bastante positivo. Dizíamos, no primeiro artigo publicado desta rubrica, que "Aquele que pergunta e o que gosta de perguntar" é um perguntador. Nós gostamos de perguntar e de procurar as respostas. Por isso, nas Línguas de Perguntador, tentaremos encontrar e dar respostas às muitas perguntas, de todos e para todos, que existem sobre a língua portuguesa". Pensamos ter vindo a atingir este nosso objectivo. Na verdade, falámos sobre a língua portuguesa, contámos da origem e significado de algumas expressões que usamos quotidianamente, debruçámo-nos, afinal, sobre a nossa língua materna que constitui o pilar principal da nossa identidade e por meio da qual dizemos e ordenamos a realidade de um modo distinto dos falantes de outras línguas. Assim, por cá passaram algumas reflexões e explicações relativas a expressões com sentidos opostos, como "ao encontro de" e "de encontro a", à origem e aos significados de expressões como "do tempo da Maria Cachucha", "pior a emenda que o soneto", "erro crasso", "pôr os pontos nos iis", "sem eira nem beira", "ficar a ver navios", "à grande e à francesa"... Também no nosso programa "O Som das Palavras, que passa quinzenalmente na Rádio Barcelos, temos uma rubrica, intitulada "Pôr os pontos nos iis", na qual os ouvintes são convidados a participar em directo, respondendo a questões sobre a nossa língua. Chegaram-nos por e-mail (lperguntador@gmail.com) algumas solicitações no sentido de repetirmos as questões feitas e respectivas respostas dadas durante o programa. Deixamos, por isso, aqui uma síntese do que foi tratado na referida rubrica do "Som das Palavras". "Ir ao encontro de" e "Ir de encontro a": As duas expressões são semelhantes na forma, mas opostas na ideia que exprimem. A primeira traduz uma ideia de favorecimento, algo agradável ou bem-vindo; pelo contrário, “de encontro a” dá ideia de oposição e contrariedade. "Obrigado/a": A palavra “obrigado/a/os/as” varia em género (masculino e feminino) e em número (singular e plural) de acordo com o sujeito que agradece, assim, usa-se "obrigado" quando é utilizado por falantes do sexo masculino;"obrigada" se utilizado por falantes do sexo feminino; "obrigados" quando é um grupo de falantes do sexo masculino ou feminino e masculino que agradecem; e "obrigadas" quando esse grupo de falantes é composto apenas por elementos do sexo feminino. "Tenho pagado ou tenho pago": há verbos com particípio passado duplo (regular e irregular: pagado/ pago; limpado/ limpo; matado/ morto, etc.). Nestes casos, na formação dos tempos compostos, com os auxiliares ter e haver usa-se a forma regular e com os auxiliares ser e estar a forma irregular. Assim, a expressão correcta é "Tenho pagado..." "Não haja dúvidas ou não hajam dúvidas": o verbo haver é impessoal, pelo que se usa apenas na terceira pessoa do singular. Assim, a expressão correcta é "não haja dúvidas". Quando este verbo é auxiliar, pode ser conjugado em todas as pessoas gramaticais ("Eles haviam estado aqui...") Plural de "Pai natal" e "bolo-rei": na primeira expressão, o vocábulo "natal" funciona como um adjectivo, concordando em número com o substantivo, pelo que a forma no plural será "pais natais"; "bolo-rei", por sua vez, é uma palavra composta por dois substantivos, pelo que vão os dois para o plural. "Mais bem preparado ou melhor preparado": "melhor" é comparativo de "bom"; "mais bem" é comparativo de "bem"; assim, deve-se dizer "mais bem preparado". Convidamo-lo, caro leitor, a ouvir o nosso programa e a "pôr os pontos nos iis", participando na nossa rubrica, e a continuar a ler estas "Línguas de Perguntador".

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Línguas de Perguntador (In "Voz do Minho" de 23/12/2008)

É Natal. Falemos então da árvore, da ceia e dos presentes de Natal. Por que razão colocamos um pinheiro dentro das nossas casas nesta época? Partimos à descoberta da resposta e foi então que descortinamos o seguinte: após o nascimento de Jesus, várias pessoas o foram visitar e oferecer-lhe presentes. Perto do estábulo onde se encontrava o Menino Jesus, encontravam-se três árvores – uma palmeira, uma oliveira e um pinheiro – que alegravam ainda mais aquele espaço. Ao verem as pessoas oferecerem presentes ao Menino Jesus, as três árvores quiseram também oferecer-lhe algo – a Palmeira decidiu oferecer o seu maior ramo; a Oliveira o seu óleo; e o pinheiro, que nada mais tinha para oferecer para além dos seus ramos bicudos e aguçados que poderiam aleijar o Menino Jesus, ficou muito triste. Foi, então, que um anjo que por ali passava percebeu a tristeza do pinheiro e fez as estrelas brilharem, descerem e pousarem nos seus ramos, deixando-o completamente iluminado. Foi neste momento que os olhos do Menino Jesus se encheram de luz, brilho e felicidade ao visualizar tão belo pinheiro. Foi assim que “nasceu” o pinheiro de Natal, marca simbólica que dá cor e alegria aos lares de muitas famílias durante a quadra Natalícia. A 24 de Dezembro temos a ceia de Natal. Com certeza que muitos de nós já nos questionamos quanto à sua origem. Pois bem, a ceia natalícia parece ter a sua origem na festa pré-cristã da Roma Antiga – a Saturnália – quando as pessoas se presenteavam com verdadeiros banquetes. Como a festa terminava a 25 de Dezembro, a mesa repleta de delícias acabou mais tarde ligada ao Natal. A religião católica faz uma analogia desta ceia com a última de Jesus Cristo antes da sua morte, quando ele e os discípulos comemoravam a Páscoa dos judeus. Como se pode perceber, realmente esta é uma data carregada de simbologia, mas que vai muito além das tradições do cristianismo, pois é resultado da soma de costumes antigos e pagãos, bem como de muitas crendices populares, afinal, são mais de 2 mil anos de história em torno desta noite especial! Para terminar temos mais uma curiosidade – a tradição da oferta dos presentes de Natal, acto tão esperado por todos nós. Os presentes de Natal já se tornaram um ritual obrigatório. E embora sejam apontados motivos religiosos para a oferta de prendas, ela tem raízes mais antigas. Em Dezembro, estando já passada a primeira metade dos rigores do Inverno, a celebração era pontuada por um grande consumo de alimentos. Como cada agricultor tinha uma especialidade própria, surgiu a tradição de trocar produtos para que todos pudessem consumir alguma variedade. Os romanos reforçaram este hábito, aumentando o volume e valor das ofertas. Mais tarde, os cristãos adoptaram este costume, simbolizando a oferta de presentes o altruísmo do ideal católico, patente nos presentes trazidos pelos Reis Magos ao Menino Jesus. Preparemo-nos, então, para viver a noite da consoada. O Clube da Língua Portuguesa (CLP) da Escola Secundária/3 de Barcelinhos despede-se com votos de um Feliz Natal para todos. CLP – Liliana Faria e Diogo Lopes (12ºF)

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Línguas de Perguntador (In "Voz do Minho" de 17/12/2008)

Caros leitores, esta semana venham passear connosco. Vamos realizar um pequeno roteiro por Barcelos e pela origem das palavras que tantas vezes usamos ao visitar a nossa bela cidade. Passemos pela Ponte medieval, sobre o rio Cávado, onde muitos peregrinos passaram e passam rumo a Santiago de Compostela. Durante a travessia da ponte podemos observar as ruínas do Castelo, actual “muzeu” arqueológico de Barcelos, logo ao lado temos a igreja Matriz e paralelamente a esta temos a Câmara Municipal. Neste edifício vemos hasteada a bandeira do nosso concelho com todos os nossos símbolos, a ponte, a torre de menagem, a capelinha de Nossa Senhora da Ponte, os escudos com as quinas, entre outros. Mesmo ao lado da Câmara Municipal existe o Solar dos Pinheiros, casa de "varões e baronesas". Algumas das palavras que utilizamos neste mini-roteiro são, por vezes, como já puderam reparar, usadas em contextos diferentes com significados distintos. A palavra “rio”pode ser usada de duas formas diferentes, podemos dizer que o rio Cávado passa em Barcelos ou que rio quando me contam piadas. Neste caso, o vocábulo “rio” com o sentido de curso de água tem origem na palavra latina “rivus”, por outro lado, “rio” como forma do verbo rir tem origem na palavra latina “ridere”. Duas palavras distintas tão iguais! O vocábulo “quina” pode significar “quina” como os pequenos escudos que existem nas bandeiras, palavra neste caso de origem latina, podendo ainda significar outra quina, que nada mais é que um pequeno arbusto e, neste caso, de origem castelhana. Quando falamos em “Solar” podemos estar a referir-nos a um edifício pertencente a famílias importantes e abastadas, tendo nesta situação o vocábulo origem na palavra latina “solo”; ou então, podemos estar a falar de algo relacionado com o sol e aí terá como étimo a palavra latina “solare”. Por último, temos a palavra “varão”, que pode ter origem na palavra “vara”, que significa pau comprido, ou, por outro lado, se tiver origem na palavra latina “baronne” ou no vocábulo germânico “baro”, significa que se trata do filho mais velho de uma família. Esta semana ficamos por aqui, esperamos que tenham gostado de “passear” connosco. CLP – Catarina Faria e Diana Monteiro (12ºF)

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Línguas de Perguntador (In "Voz do Minho" de10 /12/2008)

Mais uma vez cá estamos com curiosidades sobre a língua portuguesa que esta semana incidem novamente sobre a origem de expressões populares. No nosso dia-a-dia deparamo-nos com diversas expressões que usamos nas nossas conversas ignorando a sua origem e significado primordial. Ora então vejamos algumas delas. Quando convidamos amigos para irem a nossa casa, por exemplo, e eles se sentem demasiado à vontade ao ponto de fazerem aquilo que lhes apetece, costumamos dizer-lhes: “deves pensar que esta é a casa da mãe Joana”. Já pensaram qual a história desta expressão? Calculamos que não e por isso aqui está ela: Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a infância de D. Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam encontrar-se num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, o termo "casa da mãe Joana" ficou conhecido como sinónimo de lugar em que ninguém manda, em que não há ordem. E a expressão “pôr em pratos limpos”? Trata-se de uma metáfora muito utilizada quando queremos insinuar que é necessário colocar algo verdadeiramente em ordem, isto é, quando há necessidade de resolver conflitos ou de esclarecer mal-entendidos. A sua origem deriva de um contexto um pouco diferente do que aquele em que a inserimos actualmente – o primeiro restaurante foi aberto em França em 1765. Estabeleceu-se desde o início que a conta seria paga após a pessoa comer, ao contrário do que depois veio a acontecer com os lanches rápidos. Quando o dono ou o garçom vinha atender o cliente, se o prato deste estivesse limpo era sinal de que ainda não tinha comido, o que significava que nada devia. Para terminar vamos desvendar a história da expressão “custar os olhos da cara”, usada quando pretendemos expressar o nosso desagrado quanto ao preço exagerado de um bem. Foi um costume bárbaro de tempos muito antigos que deu início ao uso desta expressão. Essa prática consistia em arrancar os olhos de governantes depostos, de prisioneiros de guerra e de pessoas que, por serem influentes, ameaçavam a estabilidade dos novos ocupantes do poder. Pagar alguma coisa com a perda da visão tornou-se assim sinónimo de custo excessivo, que ninguém poderia, nem quereria, pagar. Para a semana cá estaremos com mais uma Língua de Perguntadores. Até lá escreva-nos para lperguntador@gmail.com CLP – Diogo Lopes e Liliana Faria (12ºF)

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