quinta-feira, 27 de março de 2008

2 de Abril - Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil

2 de Abril é o dia em que nasceu Hans Christian Andersen (1805-1875), escritor dinamarquês, autor de conhecidos contos infantis e, desde 1967, é o dia em que se comemora o Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil.
O CLP e a BE organizaram algumas actividades para comemorar esse dia:
9.15h: Dramatização (pelo 11ºH) de um texto infantil para um público constituído por uma turma da pré-primária.
10h: Uma Contadora de histórias entre nós...
15h: "Encontro com..." Fernando Queirós, autor de E viu a terra inteira de repente.
Desafio: quem deixa aqui os títulos e/ou histórias dos livros (infantis/ juvenis ou lidos nesses tempos de infância) que mais "marcas" desenharam naquilo que são hoje?
A minha resposta: "Marcas" na memória de uma grande sensibilidade e beleza - Rosinha, minha canoa de Mauro de Vasconcelos.

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quarta-feira, 26 de março de 2008

Preocupações e fascínios

Foto de Ricardo Costa

Albert Camus" França [1913-1960]Escritor/ Novelista/ Ensaísta/ Compositor/Filósofo:
"Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro."
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"A grandeza consiste em tentar ser grande. Não há outro meio "

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Escrita e fotografia

Aurora boreal
Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh! janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.
(António Gedeão)

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sexta-feira, 21 de março de 2008

Dia da Poesia: Poesia Concreta

Arnaldo Antunes
"Cai" de Paulo Leminski
Apollinaire

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DIA DA POESIA: os tempos mudam, mas a poesia perdura

João Roiz de Castelo-Branco, Cancioneiro Geral (século XV): Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida. Partem tão tristes, os tristes,
tão fora de esperar bem
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Manuel Alegre
Amor de fixação "A experiência é madre das coisas e por ela soubemos radicalmente a verdade" (Duarte Pacheco Pereira, "Esmeraldo") Há um caminho marítimo no meu gostar de ti.
Há um porto por achar no verbo amar
há um demandar um longe que é aqui.
E o meu gostar de ti é este mar.
Há um Duarte Pacheco em eu gostar de ti.
Há um saber pela experiência
o que em muitos é só um efabular.
Que de naugrágios é feita esta ciência
que é eu gostar de ti como um buscar
as índias que afinal eram aqui.
Ai terras de Aquém-Mar (a-quem-amar)
naus a voltar no meu gostar de ti:
levai-me ao velho pinho do meu lar
eu o vi longe e nele me perdi.
Natália Correia
Fiz um conto para me embalar
Fiz com as fadas uma aliança.
A deste conto nunca contar.
Mas como ainda sou criança
Quero a mim própria embalar.
Estavam na praia três donzelas
Como três laranjas num pomar.
Nenhuma sabia para qual delas
Cantava o príncipe do mar.
Rosas fatais, as três donzelas
A mão de espuma as desfolhou.
Nenhum soube para qual delas
O príncipe do mar cantou.
Ana Salomé
elevação de tom és toda a minha raridade
o sal que acrescento ao ouro
o anel sobre a minha colina de fogo
o círculo por onde passa um leão em brasa
de tanto querer o teu sobre tudo e nada.
se chegares, traz a escansão à solta
não te preocupes se me beijares e a lua não eclodir
na tua boca de incêndio.
os sinais
nascem do chão sem precisar de ser primavera,
por o caminho ser claro de cometas:
a lua rola até à superfície de outro universo
para onde te convido num copo de vinho.
não feches os olhos senão no tempo do beijo
e depois fecha a porta do vento, por favor.
imagina a brancura da paz só aí
quando passares a mão pelo meu pescoço
e sentires o calor de um sol quase perfeito.

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terça-feira, 18 de março de 2008

Irritação II

Há coisas que me irritam, até mais do que isso, me magoam por injustas e insultuosas. Procurando outra coisa, entrei no sítio sapo.pt e, vendo uma notícia sobre a educação na Assembleia da República, decidi ler mais - não li muito mais da notícia, pois não era extensa; mas seguia-se-lhe uma série de comentários sobre os professores - desrespeitosos muitos, outros simplesmente marcados pela ignorância, pelo que não me contive e "respondi". Aqui fica a "resposta":
"É impressionante a forma desrespeitosa com que falam dos professores, condenando-os sem saberem nada sobre a profissão, nada sobre as condições em que trabalham, nada sobre os esforços que fazem para ensinarem e educarem os filhos de todos ("batata quente na mão", os filhos, "sr." Dumas?!). Sinto-me insultada sempre que leio ou oiço comentários desse género. Por que (e não porque, sr. Dumas) não perguntam aos alunos, àqueles que vão para a escola para estudar e àqueles que se sentem "uma batata quente" nas mãos dos pais que não "sabem onde os colocarem" (?!!), por que não lhes perguntam o que acham dos professores? Estou certa que muitos, muitos mais do que pensam, vos dirão que vêem os professores a trabalharem em condições difíceis e que nem por isso deixam de fazer o melhor possível, que os ensinam, os educam, os preparam para os exames, os ouvem e os ajudam quando muitos pais estão demasiado ocupados, sabe-se lá se a insultar ou acusar os professores.
Exijo respeito e mereço-o.
Assinado: Aida Lemos"

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sábado, 15 de março de 2008

Escrita e Fotografia

Deito fora as imagens.
Sem ti, para que me servem
as imagens?
Preciso habituar-me
a substituir-te
pelo vento,
que está em qualquer parte
e cuja direcção
é igualmente passageira
e verídica.
Preciso habituar-me
ao eco dos teus passos
numa casa deserta,
ao trémulo vigor de todos os teus gestos
invisíveis,
à canção que tu cantas e que mais ninguém ouve
a não ser eu.
Serei feliz sem as imagens.
As imagens não dão
felicidade a ninguém.
Raul de Carvalho
Enviado por Mónica, 11ºF

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quinta-feira, 13 de março de 2008

Concurso Nacional de Leitura do PNL

No próximo sábado, dia 15 de Março,os nossos finalistas - Ana Andrade,Ana Simões, Tiago (3º ciclo)e Ana Isabel, Marta e Mónica (secundário)- vão participar na 2ª eliminatória, agora a nível distrital, na Biblioteca Municipal de Barcelos, pelas 14.45. O CLP deseja-lhes boa sorte.

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quarta-feira, 12 de março de 2008

Conhecer e ler Natália Correia

Natália de Oliveira Correia (Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de Setembro de 1923 — Lisboa, 16 de Março de 1993) foi uma intelectual e activista social de origem açoriana, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia. Deputada à Assembleia da República (1980-1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do Hino dos Açores.

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terça-feira, 11 de março de 2008

REUNIÃO DO CLP: QUINTA-FEIRA, DIA 13

O CLP reunir-se-á na próxima quinta-feira, dia 13, com os seguintes objectivos: 1. Avaliar as actividades já realizadas. 2. Planificar as actividades a realizar no 3º período. PARTICIPA!

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segunda-feira, 3 de março de 2008

Maria Gabriela Llansol (1931-2008)

Maria Gabriela Llansol, escritora que viveu "à margem da literatura"
A escritora Maria Gabriela Llansol, falecida hoje, deixa cerca de trinta obras marcadas por uma escrita inovadora e à margem da literatura, tal como a própria autora escolheu viver, em Portugal e na Bélgica.
Maria Gabriela Llansol nasceu em Campo de Ourique, Lisboa, a 24 de Novembro de 1931. Licenciou-se em Direito e em Ciências Pedagógicas e em 1965 exilou-se na Bélgica durante 20 anos. Foi na Bélgica que escreveu aquela que é considerada uma das suas mais importantes obras: O livro das Comunidades, de 1977. Quando regressou a Portugal, nos anos 1980, foi viver para Sintra, onde, por opção, se isolou. João Barrento, ensaísta e amigo da escritora, recorda que Maria Gabriela Llansol viveu à margem da literatura, embora tenha recebido vários prémios literários. Entre as distinções contam-se, por duas vezes, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritora, em 1990 (Um beijo dado mais tarde) e em 2006 (Amigo e Amiga). Maria Gabriela Llansol deixa contos, romances e dezenas de cadernos de diários que revelam "uma vertigem de escrita", diz Barrento. Dedicou-se ainda à tradução de autores como Rilke, Rimbaud, Baudelaire e Paul Éluard. No site da Assírio & Alvim, casa que editou algumas obras de Llansol, Maria Etelvina Santos escreve: "A língua do texto llansoliano faz uso de uma energia tensiva que procura dar a ver a coisa, não através da representação, mas pela sua presentificação". "Também não encontramos personagens, com vida e morte previsível, mas figuras, hóspedes e peregrinos do texto (as mesmas figuras percorrem vários livros), que não têm de ser necessariamente humanas", assinala Maria Etelvina Santos. A sua escrita é apresentada como hermética, irrepetível e não catalogável, que segue um rumo muito próprio, sem cedências aos parâmetros do romance ou do conto. Ao longo da sua vida, Maria Gabriela Llansol deu raras entrevistas, mas nos últimos anos mostrou-se mais aberta ao contacto com o público, ultrapassando assim a sua timidez e isolamento, recorda João Barrento. Além de Amigo e Amiga, Amar um Cão é uma das mais recentes obras, que a Assírio & Alvim acaba de lançar, e que inclui desenhos de Augusto Joaquim, marido da escritora, recentemente falecido. A obra de Maria Gabriela Llansol inspirou recentemente um espectáculo de dança e cinema, intitulado "Curso de Silêncio", uma criação conjunta do realizador Miguel Gonçalves Mendes e da coreógrafa Vera Mantero. Falecida aos 76 anos, vítima de cancro, Maria Gabriela Llansol deixa o seu espólio à Associação de Estudos Llansolianos, que 2006, tem estado a digitalizar e transcrever os cerca de 70 cadernos de diários e outros manuscritos escritos sobretudo nos últimos vinte anos. © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2008-03-03 13:30:03

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